A Volta do Bezerro de Ouro

A VOLTA DO BEZERRO DE OURO

“Polêmicas Escatológicas” quer meditar com você sobre

“A Volta do Bezerro de Ouro”, tema inspirado na famosa passagem do Livro de Êxodo,  cap. 32.

O episódio é excêntrico; a primeira grande demonstração de ingratidão ao grande Deus Libertador foi dada ali, e na forma mais  abominável da idolatria: trocar o Verdadeiro Deus Criador por outro, fabricado pela criatura, no formato de um animal!

 Amados, existe profunda diferença entre os que caminham porque querem e os que são levados a caminhar sem querer. Os que amam a caminhada são os que sonham com a chegada! Tudo lhes encanta! Até os momentos mais difíceis da jornada são transformados em aprendizado e a alegria de chegar rejuvenesce o cansado, revigora o abatido. São assim os que amam a caminhada e o Senhor que a propôs. No episódio do bezerro de ouro a grande maioria não amava a caminhada que empreendiam. Para muitos a marcha era enfadonha, penosa, e a fé no seu término era quase inexistente. Ora, quem não tem fé, não concretiza o inexistente; é imediatista, impaciente. Moisés se fora há muitos dias e não voltara; para os impacientes ele não voltaria jamais. Nessas horas o oportunismo logo se faz presente e alguém sempre levanta a voz, na avidez por uma liderança, insuflando os descontentes. “Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu”. Vociferavam. Arão cedeu às pressões do povo. Temeu, quem sabe, a perda do sacerdócio ou mesmo da própria vida. Recolheu o ouro do povo, fez com ele um bezerro de fundição! Depois lhes disse:- “Este é o teu Deus, Israel, que te tirou da terra do Egito”. Pronto o objeto de adoração, Arão edificou um altar diante dele e apregoou:- “Amanhã será festa ao Senhor”!

Inacreditável! Custa crer que um sacerdote, líder espiritual de uma nação, se deixasse levar pela voz dos seus liderados para afrontar de tal forma a Pessoa do Altíssimo! O líder que perde a autoridade é como barco à deriva, sem timão, sem leme; não pode recuar nem avançar e assim se deixa levar ao sabor das ondas, ou ser rebocado para onde não pretendia chegar!

A notícia se espalhou aos milhares e entre eles a chance de fazer tudo aquilo que sempre viram no Egito. A expectativa era enorme; difícil foi para a maioria deles conciliar o próprio sono!

“No dia seguinte madrugaram e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; inclinaram-se”. O povo assentou-se a comer e a beber; depois se levantaram e puseram-se a festejar em grande orgia. Uns dançavam, outros cantavam freneticamente; saltavam; davam-se às perversões e com arruaça, aclamavam a nova forma de culto. Nenhum escrúpulo em mostrar que agora tinham “liberdade” e a festejavam como desvairados libertinos.

Era tudo o que eles sempre almejaram fazer e até então não houvera chance na sua condição de escravos. Dali para frente estava tudo liberado e eles viveriam agora como egípcios.  “Afinal, o Egito é a nossa terra natal”, deviam comentar, “foi lá que nascemos”! E se alguém lhes perguntasse sobre a aliança com Deus e a cidadania israelense eles talvez respondessem: “Não nos importunem, os tempos agora são outros; até os nossos líderes, a começar por Arão, Hur e os demais, reconhecem que temos razão e nos liberaram para fazer tudo o que vimos na nossa pátria mãe, o Egito!”.

Informado por Deus que o povo se corrompera, Moisés desce do monte. Josué, que o acompanhava, chamou-lhe à atenção sobre o que ouvia no acampamento. Seriam gritos de guerra? Certamente eram. Insensata guerra contra o Senhor. No entanto não eram os gritos da guerra convencional, mas grande alarido de muita arruaça em honra ao bezerro de ouro!

Diante de tantos desmandos Moisés quebra as tábuas da lei. Afinal, estava tudo perdido... Aquelas normas eram para um povo separado por Deus para ser Sua propriedade particular. Se não existia mais vínculo, prá que as normas? E se não valiam mais as normas para aqueles apóstatas, de que valeriam as pedras? A ira junta-se à perda de sentido de oferecê-las ao povo e Moisés as  quebra!

A revolta do grande líder contrasta com a complacência do irmão, caminheiro da mesma jornada. É o que mais vemos em nossos dias; um grande número de líderes que não lideram, que não conduzem, mas são conduzidos; líderes que não vivem para a causa divina, mas inseridos nela, legislam e agem em causa própria, trazendo de volta a doutrina do bezerro de ouro e seus desmandos. O que o povo pede que eles façam eles o fazem. É exatamente o permissivismo, marca registrada desses falsos cristãos, que os levam a aceitar toda sorte de heresias e desmandos comportamentais que mudou a forma do culto reverente, respeitoso, espiritual, das igrejas cristãs, em explosões de emocionalismo e insanidades. Permissivismo que arrebata milhares, milhões de incautos, tornando-os prosélitos de um falso cristianismo que lhes permite fazer “tudo aquilo que eles viram no Egito” antes da libertação e caminhada à Canaã. O que importa para esses deslavados religiosos é que não se interrompa a grande captação de dinheiro; rios de dinheiro que desaguam volumosos nas suas contas bancárias.

 Sobre esses falsos líderes falou o Senhor Jesus quando os exortou com  grande veemência: “Mas ai de vós escribas e fariseus hipócritas, pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando”.(Texto em Mt. 23:13).

Continuaremos  “A Volta do Bezerro de Ouro” na próxima postagem.

 NÃO PERCAM!


”Que o Senhor te abençoe e te guarde.”

Pense comigo: Dignos de extrema piedade são todos aqueles que foram escravizados por um sistema religioso que os impede de enxergar o verdadeiro Cristo.. Pr. Et.